Câmara de Moreno em ritmo lento
A guerra política deflagrada no município de Moreno está emperrando os trabalhos legislativos na Câmara dos Vereadores. Desde julho, as sessões na Casa estavam paradas por falta de quórum mínimo para deliberar as pautas. Elas só voltaram a funcionar, ontem, faltando 19 dias para os eleitores irem às urnas e, coincidentemente, após a reportagem da Folha de Pernambuco receber denúncia sobre a ausência dos parlamentares e fazer uma visita ao Legislativo Municipal da cidade.
Ao contrário do que aconteceu nos últimos dois meses, na manhã de ontem, parlamentares da oposição e do governo compareceram à sessão - realizada apenas às terças e quintas - e reiniciaram os trabalhos legislativos. Com isso, a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) 2017, um dos projetos que estava travado nas comissões - e já com o prazo vencido - foi aprovada num piscar de olhos. Pela manhã, quando a equipe da Folha chegou ao local, o presidente da Câmara, Admilson Barbosa (PSD), que faz oposição ao governo do prefeito Dilsinho (PSB), havia informado que o projeto do Executivo estava em análise nas comissões, e que tinha até o final de outubro para ser votado. Após questionamentos da reportagem, o texto foi colocado para votação e aprovado, de forma relâmpago. Na Câmara, a disputa entre oposição e governo é o grande motivo da paralisia, o que tem deixado a população revoltada. Na Casa Legislativa quatro vereadores são aliados da gestão socialista e sete da oposição. A base do governo, liderada pela vereadora e candidata a majoritária, Patrícia Brasil (PSB), denuncia que oposicionistas não vêm dando quórum para votação, inviabilizando o mandato do atual prefeito. “Nesses últimos dias, temos tido dificuldade de ter quórum para votar qualquer projeto”, diz Brasil, em tom de queixa. “As pessoas (vereadores) não estão tendo respeito à sessão. Abre sessão e encerra, porque os vereadores não vêm”, diz o também vereador socialista Carlos Costa, lembrando que além da LDO, o Plano Diretor apresentado pelo Chefe do Executivo está parado na Casa, tendo em vista a ausência dos parlamentares. Ele também acusa integrantes da oposição de terem agido contra a aprovação do projeto de Ordem de Serviço (OS) que previa a vinda de médicos para a cidade. O presidente da Casa, Admilson Barbosa, no entanto, rebate o governista. Argumenta que as sessões estão ocorrendo normalmente, apesar de o calendário eleitoral curto ter levado muitos vereadores a perderem tempo - e sessões - devido à necessidade de viabilizarem seus registros de candidatura e de executarem a prestação de contas. O vereador Pedro Mesquita (SD), integrante da oposição, também negou qualquer articulação na Casa Legislativa para barrar projetos do Executivo.
Publicado por Folha de Pernambuco na data de 15/09/2016 às 07:44 e impresso na data de 23/11/2024. |