Moreno: 392 anos de história, 80 de emancipação.
Uma pena saber que boa parte da população de Moreno não conhece a história da cidade onde mora. Se brincar, muito não sabem nem cantar seu hino. Reflexos da falta de uma política de um trabalho histórico para preservar essa memória de fatos que foram tão relevantes para a formação do município. Poderíamos sim, ter nossa auto-estima melhorada ao lembrar aqui já funcionou um dos maiores engenhos da região, que D. Pedro II já esteve hospedado nessas terras, que a fábrica foi uma das maiores potências do estado, chegando a exportar sua produção principalmente para a Europa.
Vamos voltar ao ano de 1616. Mas precisamente ao dia 29 de fevereiro. Naquele dia os irmãos portugueses Gaspar e Baltazar Moreno adquiriram as terras onde seriam montado o Engenho Nossa Senhora da Apresentação, que mais tarde se chamaria Engenho Moreno. Os portugueses foram proprietários por 40 anos. Logo após, as terras foram demarcadas e passaram por diversos donos. Até chegar à família Souza Leão, que é a proprietária até o dias atuais. No ano de 1859 o imperador D. Pedro II e sua esposa, Tereza Cristina, visitaram essas terras. Foram recepcionados pelo Sr. Antônio Souza Leão, que anos mais tarde recebeu o título de Barão de Morenos, devido à recepção proporcionada ao casal Real. Em 1885 o povoado de Catende, que fazia divisa com o Engenho Moreno, comemorou a inauguração da estação ferroviária, que serviria principalmente para o escoamento da produção açucareira. 22 anos mais tarde, a belga Société Cotonnière Belge-Brésilienne foi autoriazada a funcionar no país e adquiriu 1.400 hectares do Engenho Catende. A contrução da fábrica teve início em 1908, e foi inaugurada dois anos depois, exatamente no dia 13 de maio. Na Solenidade estavam presentes o então governador do estado, Herculano Bandeira e várias outras autoridades. Com a chegada da fábrica, a paisagem do povoado foi mudando. Primeiro pelo fato das plantações de eucalipto espalhadas por toda propriedade. Dando o título de "cidade dos eucaliptos" a Moreno. E segundo com a construção da vila operária para receber os funcionários que vinham de diversas parte do estado, mas principalmente de Paulista e Camaragibe. Registros afirmam que em pouco tempo, a Société se tornou um dos maiores parques industriais do estado. E se destacava pela produção dos morins pele-de-ovo. Tecido muito disputado dentro e fora do Brasil. Em 1912, o povoado de Catende se passou a chamar Vila Nathan. Homenagem ao judeu Allen C. Nathan, um dos principais diretores da fábrica. A diretoria era formada primeiramente por ingleses, que segundo relatos da época, fizeram uma boa administração. Os funcionário conseguiam empréstimos sem juros, sendo descontados em seus sálarios. Além disso a fábrica dava assistência médica, energia elétrica, educação, diversão e até a conservação e pintura das casas dos operários. Os moradores, cansados da exploração por parte do município de Jaboatão, iniciaram um movimento pelo desmenbramento e a promoção da Vila ao título de cidade. O que acabou acontecendo em 11 de setembro de 1928. A lei de número 1.931 criou o município de Morenos. Dez anos depois, a cidade teve seu nome simplificado para Moreno. A partir da década de 40, começaram as desapropriações de terras da Société para construções de casa, começando assim um aumento populacional. Diversas nacionalidades, como: italiana, belga, inglesa, portuguesa, holandesa e francesa partilharam da construção dessa cidade. Vamos valorizar mais Moreno. Sua história é belíssima, e que poucas cidades tem algo parecido. Vamos comemorar esse dia, e desejar que todos se unam para tornar esta terra prospera no futuro, assim como foi no passado.
Publicado por Leonardo Rodrigo na data de 11/09/2008 às 02:14 e impresso na data de 21/11/2024. |