Muita confusão em audiência do lixo

Já dava para imaginar que o clima seria quente na audiência pública marcada pela CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), e que teria como foco a implantação do incinerador de lixo hospitalar na cidade. Esse assunto já vem sendo discutido há pouco mais de um mês na Câmara Municipal e nas comunidades. A grande maioria rejeita o projeto por temer os prejuízos que esse tipo de industria possa causar a todos.

A princípio, a idéia da audiência pública seria para explicar como uma empresa de incineração funciona. Quais os cuidados e procedimentos de manejo dos materiais infectados. Mas parece que o pública não fez parte do planejamento da audiência. Os vereadores foram os primeiros a reclamar. Segundo eles, nem a Atento e a CPRH tiveram respeito ao legislativo. Isso por que os dois teriam, segundo os parlamentares, ignorando os convites para participar de uma reunião extraordinária que abordava o assunto que aconteceu no dia 16 de junho.

Outro ponto que deixou os vereadores revoltados foi a falta de convite a Câmara para participar da audiência do dia 1º, no SESI. “Eles demonstraram total desrespeito a população com essa atitude. Nós (vereadores) somos representante direto do povo”, desabafou Bizarro. Por isso, os parlamentares convocaram a população para realizar uma passeata do centro da cidade até o SESI.

A caminhada durou aproximadamente 15 minutos, mas foi possível perceber a simpatia da população pelo movimento contra o incinerador. Mas o que deveria ser um ato democrático terminou na maior confusão. Ao chegar no local os manifestantes foram barrados pelo pessoal da segurança particular da Atento. Ora, o SESI é prédio público e todos teriam o direito acessar o local. Era o que alguns vereadores gritavam ao ser barrados. Numa disputa de força, os seguranças levaram a pior e não conseguiram manter a barreira.

Esse foi o estopim de uma série de tumultos que se seguiram no prédio. Até certo momento era possível imaginar que toda aquela agitação não passaria de um bate boca. Puro engano. Bastou o salão ser tomado para que um quebra-quebra fosse iniciado no momento que algumas pessoas tentaram subir no palco. Nesse instante os seguranças usaram da força para colocá-los para baixo. E pronto, começou mais uma confusão.

O resultado de toda a confusão foram mesas e cadeiras quebradas, pessoas com escoriações. Marcelo Bruno, na confusão, foi atingindo por uma cadeira arremessada por um desconhecido, mas tudo não passou de um susto. Com todo esse clima de guerra, o batalhão de choque da Policia Militar foi chamado. Aproximadamente 40 PMs chegaram em dois microônibus, mas nem foi preciso intervir por que a situação já estava mais calma.

Ao meio-dia o presidente da CPRH anunciou a suspensão da audiência, e uma nova data será marcada, desta vez sem barreiras. Espero.

Publicado por Leonardo Rodrigo na data de 01/07/2009 às 19:16 e impresso na data de 04/12/2024.