Maternidade deve reabrir portas em outubro

Uma audiência pública que prometia ser quente, começou morna e foi esfriando ao longo de suas quase quatro horas de duração. Só no final é que a temperatura subiu com as palavras do vereador Marcelo Bruno (PHS), autor da audiência que falou da atual situação do Hospital e Maternidade Armindo Moura (HMAM).

O ato aconteceu no plenário da Câmara Municipal do Moreno, na quinta (25), e contou com a presença de poucas pessoas na platéia. Representantes do hospital, do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e da Secretaria de Saúde do Município também marcaram presença na audiência.

Muitos esperavam que finalmente fosse confirmada a data de abertura do local, fechado há mais de um ano. Que fossem também explicados os motivos de seu fechamento e das diversas denúncias de irregularidades na administração do hospital. O seu representante, o diretor da instituição Antonio Júnior, teve a oportunidade de esclarecer essas questões, mas ainda deixou muitas lacunas abertas.

Por exemplo, ele não confirmou a data, apenas falou o período em que o HMAM poderá ser reaberto. Na primeira quinzena de outubro. Segundo ele, os motivos para que o local ainda estivesse fechado é por conta da secretaria estadual de saúde. “Com apenas o município comprando nossos serviços não tem como manter o hospital. Temos que vender ao estado também!” afirmou ele.

Ainda de acordo com Antonio Júnior, as negociações com estado tiveram um atraso por conta da mudança do secretário no inicio do ano. Mas ele afirma que a conversa esta bastante avançada e que já em setembro estaria tudo fechado. Possibilitando assim a abertura do hospital em outubro.

O diretor ainda afirmou que o hospital foi fechado para reforma e que o dinheiro para isso partiu do governo do estado e somou por volta de R$ 600 mil. Ao ser questionado sobre o quadro diretor do HMAM, Antonio Júnior se esquivou informando apenas que a diretoria é composta por ele, por uma pessoa presente no plenário e mais quatro pessoas, sem citar nomes.

A secretaria municipal de saúde e o Cremepe afirmaram que foi por conta de irregularidades encontradas no local que o mesmo foi interditado. “Essas irregularidades eram estruturais” afirmou a secretária de saúde, Rufina Abgail. Em certo ponto da audiência o foco começou a ser mudado chegando a se falar nas obras do governo do estado em Moreno e nas empresas que iriam se instalar na cidade.

Quando parecia que temperatura cairia de vez. Eis que Marcelo Bruno põe fogo na casa. O vereador disse ter ficado triste, pois muitos de seus colegas desviaram o verdadeiro propósito da audiência. Mas o ponto mais alto de seu discurso foi quando mostrou a ata da última eleição da diretoria do HMAM. Uma informação que muitos queriam saber.

Foram contabilizados pelos menos os nomes de oito pessoas da mesma da família nesta ata. Que inclui esposa, filhos, cunhada e sobrinhos do diretor. Além disso, o vereador ainda questionou os números apresentados pelo hospital, que em 2008, ano eleitoral, teria extrapolado o número de partos contratado com o município.

Por fim, Marcelo Bruno afirmou que vai enviar um ofício para o governador Eduardo Campos, para o Ministério Público e para Secretaria Estadual de Saúde informando a real situação do hospital em Moreno.

Publicado por Leonardo Rodrigo na data de 26/08/2011 às 12:05 e impresso na data de 21/11/2024.