Violência: números e propostas

Em alguns momentos o clima era de saudosismo. Já que algumas das pessoas que falaram durante a audiência pública sobre a violência na cidade, demonstraram querer de volta a época na qual de se dormia de portas abertas em Moreno. Mas esse não era o único sentimento visto naquela audiência. Revolta, tristeza e impotência também fizeram parte de outros semblantes no plenário da Câmara Municipal.

A audiência foi solicitada pelo vereador Bizarro, que além de ser parlamentar, foi policial militar por aproximadamente duas décadas. Seu conhecimento foi fundamental para montar uma espécie de diagnóstico da violência na cidade. Bizarro confirma que esse estudo vinha se estendendo a meses, e que chegou o momento para apresentar o resultado desse trabalho. Após ter adiado a audiência por duas vezes, o vereador conseguiu confirmar as presenças de representantes da Secretaria de Defesa Social (SDS), da Policia Rodoviária Federal (PRF), da Policia Civil e Militar, da prefeitura além dos próprios vereadores.

A ausência do poder judiciário, da promotoria, do delegado de Moreno e de dois vereadores foi lamentada pelos participantes. No plenário, que se encontrava cheio, estavam comerciantes, empresários, bancários e populares. Todos querendo ouvir uma solução. O primeiro a falar foi o próprio Bizarro, que apresentou o relatório de seu mapeamento da criminalidade. Com o auxilio de um telão, o vereador mostrou aquilo que seria território do tráfico de drogas. As atividades desses criminosos foram detectadas em pelo menos onze localidades de Moreno. Esses pontos não ficam apenas no subúrbio da cidade, mas também na avenida principal da cidade, a Cleto Campelo.

Pelo menos três locais foram considerados críticos na pesquisa: Alto da Maternidade, Loteamento Nossa Senhora da Conceição e Galinha Dágua. As principais drogas comercializadas nesses locais seriam a cola de sapateiro, maconha, crack e loló. Essa ultima já teriam sido identificados locais onde seriam fabricados em Moreno. Fora as drogas, os casos de assalto também foram destaque no relatório. Diversas ações de bandidos nos últimos dois anos a estabelecimentos comerciais foram relembradas.

Diante de tais situações, o vereador apresentou algumas sugestões, entre elas estão: a volta da ROCAM (motocicletas) a Moreno, criação do Cipoma, viatura de BPTRAN, integração com a PRF e ações de busca e apreensão de drogas e armas. Os demais também apresentaram suas colocações, mas não teve muita novidade. Por exemplo, o delegado Alberes Felix disse que esse problema que assola todo país deve ser trabalho junto com a família, escola e poder público. O delegado, que também é ex-vereador da cidade, lembrou que a policia desenvolve trabalhos em cima das estatísticas. “Se um cidadão não registrar uma ocorrência, não teremos como planejar um trabalho e atender a comunidade” afirmou Alberes.

A PM, SDS e PRF pregaram unidade em prol da sociedade na luta para baixar os índices violentos. O vereador Marcelo Bruno trouxe números. Segundo ele, em 2009, 332 inquéritos foram instaurados na delegacia local, sendo que 175 já foram remetidos ao poder judiciário. No mesmo período, 9 homicidios foram registrados junto com cinco tentativas de assassinato. Um aumento de 42,1% em relação ao semestre do ano passado. Marcelo cobrou do governo do estado uma participação maior das ações estaduais no município.

Os populares tiveram a oportunidade de falar e expor suas expectativas e angustias. A maioria era de comerciantes que temiam ser vitimas pela primeira vez, ou mais uma vez, da ação de bandidos. Ficou claro que não basta apenas exigir mais segurança, e sim, participar de forma mais ativa no auxilio as autoridades em busca de uma sociedade melhor. Faça sua parte e denuncie atos ilícitos em um dos telefones abaixo.

segunda Seção PM: 3181-1655
Disque Denúncia: 3421-9595
Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP):3181-3300
Policia Civil: 3184-3210
PRF Posto Moreno: 3535-1053

Publicado por Leonardo Rodrigo na data de 08/07/2009 às 16:14 e impresso na data de 29/03/2024.