Reflexos de nossa educação ambiental

Essa é uma pergunta na qual todos deveríamos refletir. Afinal, existe uma preocupação mundial em torno da água potável, que pode acabar em algumas décadas caso nada seja feito para mudar essa realidade. Aqui em Moreno o quadro não é diferente. O Rio Jaboatão, que também fornece água para o muncípio, contribui decisivamente para o alto grau de poluição das praias urbanas do Estado. É o que diz “Avaliação da qualidade da água como elemento de integração entre a gestão ambiental e a gestão de recursos hídricos” da Universidade Católica de Brasília (UCB).

O estudo ainda diz que a poluição está crescendo a cada dia, e os esgotos que são derramados diretamente na Bacia fazem com que a preservação seja mais difícil de ser controlada. São diversas fontes de degradação que podemos dividir em dois grupos: atividades de origem urbana e atividades de origem industriais.

Segundo a pesquisa, o primeiro grupo inclui o lixo urbano, a ocupação desordenada das margens do rio e o esgoto doméstico. Em Moreno, o que mais encontramos no rio é lixo e construções irregulares, principalmente pela região central da cidade, como a rua Moacir Campelo. Já o segundo grupo inclui poluentes líquidos provenientes das indústrias de naturezas diversas. Ao longo do afluente são cem indústrias que contribuem significantemente para a degradação do rio, sendo necessário o desenvolvimento urgente de um plano de revitalização da bacia do rio Jaboatão.

Outra pesquisa comandada pela UFRPE (Universidade Federal de Pernambuco) e pelo Instituto Oceanário do Estado revelou que os ataques de tubarões no litoral de Recife e de Jaboatão (região metropolitana) estão ocorrendo principalmente por causa do acúmulo de lixo no mar. O estudo pretende levantar informações sobre a biologia marinha da região.

Segundo a pesquisa, o aterro sanitário, um matadouro particular e o acumulo de lixo jogado no rio Jaboatão, que deságua no mar, seriam as principais fontes para atrair as espécies tigre e o cabeça chata --tubarões mais encontrados no litoral pernambucano.

"O chorume [líquido produzido na decomposição do lixo orgânico] e os restos dos bois do matadouro jogados no rio ajudam muito para que ocorram os ataques dos tubarões, pois eles costumam ir para as praias em busca de alimentos", disse Fábio Hazin, presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões. Conforme os especialistas, os ataques dos tubarões só irão diminuir quando a poluição do rio Jaboatão for combatida.

Até que tomemos consciência que nossos atos pode desencadear um desequilibrio ecológico, poderemos ter mais ataques em nosso litoral, ou pior, não termos mais água potável para bebermos. Vamos salvar o rio que banha nossa cidade, e de quebra, o pequeno riacho que esta esquecido lá na zona rural.

Pesquisa: Folha Online e UCB

Publicado por Leonardo Rodrigo na data de 09/10/2006 às 11:03 e impresso na data de 29/03/2024.