Vez em quando o problema vem à tona. A questão habitacional em Moreno foi lembrada nos últimos dias com a ocupação de um terreno no Bairro das Pedreiras, de propriedade do Cotonifício Moreno. No último dia 4, a empresa conseguiu na justiça a retirada do pessoal do local, que aconteceu de forma pacífica.

O déficit habitacional na cidade é grande, mas não há números exatos sobre ele. Isso levanta a questão: esse problema foi levado a sério nos últimos anos por nossos governantes? A Prefeitura Municipal (PMM) decretou várias desapropriações nas últimas quatro décadas, entre elas existe a compra de 207 hectares de terras do Banco do Brasil em abril de 2000, mas o que foi feito com toda essa área?

A desapropriação em si não quer dizer que a questão habitacional será resolvida. Mas pelo menos é o primeiro passo. Além disso, existe o projeto e planejamento urbanístico para a área. Sem isso, o que vemos é uma ocupação desorganizada e com infraestrutura precária. Tomamos como exemplos comunidades no Tamboatá, Galinha Dágua e em Fátima.

Alunas do curso de administração da Faculdade Osman Lins (Facol), em Vitória de Santo Antão, conheceram de perto a realidade dessas comunidades. Por dois dias, elas percorram esses locais para fazer vídeo e fotos sobre os problemas habitacionais em Moreno. O resultado foi apresentado na faculdade e muitos ficaram chocados com as condições em que as pessoas vivem.

“Não há água, a energia é precária, o esgoto corre a céu aberto e só ouvimos promessas dos políticos que essa realidade vai mudar” afirma um entrevistado que demonstra conformismo no vídeo. Uma jovem, que dá seu depoimento dentro de seu barraco, mostra sua preocupação com o futuro e saúde de seu filho pequeno.

Veja o vídeo abaixo:



Enquanto isso, o pessoal que ocupou a área nas Pedreiras foi cadastrado pela Sedema, com a promessa de serem incluídos em um programa da prefeitura de casas populares. É esperar para ver. E torcer para que a realidade desses seja diferente daqueles visto no vídeo.