O prefeito do Moreno, Edvard Bernardo (PMDB), publicou decreto nesta sexta-feira, 3, determinando um novo destino para os resíduos sólidos coletados no município. Com a iniciativa, o lixo da cidade, localizada na Região Metropolitana do Recife, passou a ser depositado na Central de Tratamento de Resíduos Candeias (CTR Candeias), e não mais no aterro controlado da Muribeca. O envio para o novo destino foi iniciado já na manhã desta sexta-feira.

A mudança marca o cumprimento por parte do município do Termo de Aditamento e Ajustamento de Conduta (TAAC), celebrado com o Ministério Público do Estado de Pernambuco e que também teve como signitários o Governo do Estado, os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Recife, Emlurb, Emdeja e Agência Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (CPRH).

A iniciativa é histórica porque pela primeira vez Moreno passou a depositar seus resíduos sólidos domiciliares em local ambientalmente licenciado pela CPRH. O município coleta diariamente cerca de 42 toneladas de lixo domiciliar. Com a mudança do destino, Moreno também poderá se habilitar ao recebimento do ICMS verde num volume financeiro que provavelmente cobrirá os custos com o depósito dos resíduos no aterro privado.

Ainda nesta sexta-feira, o prefeito do Moreno esteve presente à coletiva de imprensa promovida pelo prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, onde expôs via ofício e verbalmente sua concordância em estudar uma colaboração conjunta para oferecer amparo social aos catadores do aterro controlado da Mubireca. A proposta de Jaboatão é que, proporcionalmente ao passivo ambiental provocado, Recife, Jaboatão e Moreno colaborem temporariamente com a manutenção dos catadores cadastrados e com sua inserção no mercado de trabalho. Através de ofício, Edvard Bernardo propôs um entendimento conjunto sobre a questão social entre os três municípios signatários do TAAC, sob a coordenação da Secretaria das Cidades do Governo do Estado.

MURIBECA – Há três anos, Moreno depositava seus resíduos sólidos no aterro controlado da Muribeca. O local não oferecia segurança ambiental e por isso o Ministério Público de Pernambuco determinou que o aterro fosse fechado e os municípios de Moreno, Jaboatão e Recife buscassem uma alternativa licenciada ambientalmente. Jaboatão e Moreno passaram a contratar o aterro privado e licenciado da CTR Candeias, mas Recife contrariou a determinação do Ministério Público e ainda opera no aterro da Muribeca, através de uma liminar da justiça. O prefeito da capital pernambucana, João da Costa, nega-se a seguir o exemplo das duas cidades e propõe a construção de um novo aterro público em Jaboatão. Mas uma lei jaboatonense de 2008 proíbe que seja autorizada a construção de novos aterros no município. O desacordo está repercutindo fortemente na mídia.